terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Orlando da Costa...Foi um Escritor, Poeta e Militante Comunista...

Nascido em Lourenço Marques, 1929, hoje Maputo, no seio de uma família goesa, de brâmanes católicos, Orlando da Costa foi criado em Margão, Índia, de onde partiu muito do perfume e sabor dos seus escritos.
Ficcionista, dramaturgo, poeta, morreu em Lisboa, em 27 de Janeiro de 2006, onde chegou aos 18 anos e se licenciou em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras.
Na Casa dos Estudantes do Império, nos anos 50, conviveu estreitamente com alguns dos futuros dirigentes da FRELIMO, MPLA e PAIGC.
Era pai de António Costa, actual presidente da câmara de Lisboa, e de Ricardo Costa, jornalista.
Apaziguador no uso da palavra, não alheado da acção cívica, pulsa na sua obra uma consciência social e política lado a lado com um olhar minucioso sobre o coração dos homens nos seus amores e desamores, na alegria, no sonho, no deserto da solidão.
Colega de Maria Barroso, de Augusto Abelaira e de Jacinto Baptista, Orlando da Costa, militante do PCP desde 1954, apoiou a candidatura de Norton de Matos e foi preso três vezes pela Pide (1950-1953).
Da última vez, permaneceu no cárcere em Caxias por cinco meses e uma semana (acusado de militar em defesa da paz). Aí escreverá a sua tese.
Passou pelo ensino particular até ser proibido de ensinar e trabalhou na publicidade.
À data da morte desenvolvia a sua actividade no PCP, na área da Cultura Literária.
Publica A Estrada e a Voz, seu primeiro livro de poesia, em 1951, Os Olhos sem Fronteira em 1953, Sete Odes do Canto Comum em 1955 e Canto Civil em 1979, colectânea que inclui as obras anteriores e O Coração e o Tempo.
Autor de peças de teatro Sem Flores nem Coroas, 1971 (reeditada em 2003 na colecção de teatro da Sociedade Portuguesa de Autores/Publicações Dom Quixote) e A como estão os cravos hoje?, 1984, premiada pela Seiva Trupe, publicou os romances O Signo da Ira, Prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências de Lisboa, 1961, Podem Chamar-me Eurídice, 1964, Os Netos de Norton, Prémio Complementar «Eça de Queirós» de Literatura 1994, da Câmara Municipal de Lisboa, e em 2000, O Último Olhar de Manú Miranda.
O título, Vocações/Evocações, reúne, numa selecção muito intencional, o conjunto de poemas que constituem o seu modo de celebrar os 30 anos do 25 de Abril.
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«... Não se pode perder o perfume, nem a frescura, nem a cor vermelha desse cravo que se tornou símbolo de um povo que se fez livre e soube assumir as suas responsabilidades no plenário da democracia. ...»
Orlando da Costa

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