domingo, 18 de janeiro de 2009

Ary dos Santos...Poeta...25º aniversário da sua morte...

José Carlos Ary dos Santos (Lisboa, 7 de Dezembro de 193618 de Janeiro de 1984) foi um poeta e diseur de poesia português.
Saiu de casa aos 16 anos, exercendo várias actividades como meio de subsistência.
Revelando-se como poeta com a obra Asas (1953), publicou, em 1963, o livro Liturgia de Sangue, a que se seguiram Azul Existe, Tempo de Lenda das Amendoeiras e Adereços, Endereços (todos de 1965).
Em 1969, colaborou na campanha da Comissão Democrática Eleitoral e, mais tarde, filiou-se no Partido Comunista Português, tendo tido uma intervenção politizada, mas muito pessoal.
Ficou sobretudo conhecido como autor de poemas para canções do Concurso da Canção da RTP. Os seus temas «Desfolhada» e «Tourada» saíram ambos vencedores.
Em 1971, foi atribuído a «Meu Amor, Meu Amor», também da sua autoria, o grande prémio da Canção Discográfica.
Personalidade entusiasta e irreverente, muitos dos seus textos têm um forte tom satírico e até panfletário, anticonvencional, contribuindo decisivamente para a abertura de novas possibilidades para a música popular portuguesa.
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Auto-Retrato
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Poeta é certo mas de cetineta
fulgurante de mais para alguns olhos
bom artesão na arte da proveta
narciso de lombardas e repolhos.
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Cozido à portuguesa mais as carnes
suculentas da auto-importância
com toicinho e talento ambas partes
do meu caldo entornado na infância.
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Nos olhos uma folha de hortelã
que é verde como a esperança que amanhã
amanheça de vez a desventura.
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Poeta de combate disparate
palavrão de machão no escaparate
porém morrendo aos poucos de ternura.

2 comentários:

madeira disse...

Há 25 anos morreu o poeta Ary dos Santos. O poeta Ary dos Santos continua "vivo" entre todos que se habituaram a ouvir os seus poemas!

madeira disse...

Há 25 anos morreu o poeta Ary dos Santos. Hoje, viva o poeta Ary dos Santos!