domingo, 4 de janeiro de 2009

O guardador de rebanhos...

A história do povo que corria a defender as ovelhas do lobo imaginado pela mente perversa de um guardador de rebanhos não fez parte da infância do Primeiro-Ministro. Por isso não deve conhecer o final do conto, quando o lobo passou a ameaça real em que já ninguém acreditou…
Durante três anos, Sócrates mandou apertar o cinto para controlar o défice, acenando com o crescimento económico, com 150 000 postos de trabalho, com a convergência com a Europa, com o "Eldorado"!
Foi este discurso de (falsa) confiança que nos levou à cauda europeia, à subida imparável do desemprego, ao fecho de escolas e serviços de saúde, ao aumento da idade da reforma, ao corte nas pensões, à perda do poder de compra, ao fosso entre os que tudo têm e os que nada possuem!
Há um ano, quando já se descortinava a borrasca capitalista, Sócrates insistia no optimismo balofo e omitia tudo o que lhe pudesse apoucar a pose de guardador de rebanhos. Foi com esta confiança virtual e os habituais sorrisinhos patéticos que foi anunciando a robustez da economia nacional e a sua imunidade face ao desmoronar do casino em que o "mundo ocidental" se transformara…
José Sócrates é o guardador de rebanhos.
Usa e abusa do discurso enganador da falsa confiança para convencer os outros daquilo em que já nem ele acredita. Foi o que fez mais uma vez na mensagem de Natal.
Nos seus seis minutos natalícios não incluiu o desprezo com que trata a Educação e os Professores; não reservou uma palavra para o Código de Trabalho que aprovou contra os trabalhadores e contra a Constituição; nada nos disse sobre os milhões que tem dado à banca; tentou enganar-nos com a descida dos juros, escondendo que se recusou a limitar os lucros da banca no crédito à habitação e que não teve uma só iniciativa para que Bruxelas descesse as taxas de juro…
Mas como seria de esperar, na sua mensagem de Natal pediu novos sacrifícios para relançar com "confiança" o futuro do País.
Aos mesmos de sempre, claro.
Honorio Novo
in JN

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