Três décadas após o primeiro transplante de um coração, de um humano sem vida para outro a renascer, a humanidade ganha um novo ânimo, e uma nova arma, na luta contra as doenças cardíacas, ainda a maior causa de morte no Mundo.
Dados frescos da Organização Mundial de Saúde, os ataques cardíacos e os acidentes vasculares cerebrais são a causa de 32 % de todas as mortes no sexo feminino e representam 27 % entre os homens. No total, morrem cerca de 17 milhões de pessoas por ano, vítimas do coração.
Com cerca de um quilo de peso, o coração artificial do professor Alain Carpentier é revestido de tecido animal especialmente tratado para evitar rejeições. Inserido na cavidade torácica do paciente, deixa de fora apenas a bateria, com duração de cinco horas.
"O objectivo é permitir aos pacientes uma vida social normal. De alguns passos para uma cadeira de rodas para uma corrida, obviamente não uma maratona", disse Alain Carpentier, um dos rostos da máquina.
O novo coração humano, que usa a tecnologia de orientação de mísseis para identificar e reagir a alterações da pressão sanguínea, foi desenvolvido em segredo, nos últimos 15 anos, em conjunto com engenheiros do Instituto Aeroespacial franco-alemão EADS.
Pronto a ser produzido a nível industrial
Laboratórios na América, no Japão e na Coreia do Sul também estão a trabalhar na criação de corações artificiais. Os franceses dizem que produziram o melhor. "Se mostrar um electrocardiograma a um cardiologista ele vai dizer que é de um coração humano", garantiu Alain Carpentier.
"O novo coração está pronto e precisa de ser produzido a nível industrial", disse Carpentier, que chefia do gabinete de pesquisas de próteses cardíacas no Instituto Pompidou, em Paris. O desenvolvimento do protótipo custou 55 milhões de euros; estima-se que a máquina, se aprovada, venha a custar cerca de 140 mil euros.
O coração artificial já foi testado em vacas. Assim que houver aprovação das autoridades de saúde francesas, vai ser colocado em 20 voluntários. "Não podia continuar a ver jovens e pessoas activas de 40 anos a morrer de ataque cardíaco", disse Alain Carpentier. O cientista acredita que, em 2010, o coração mecânico possa estar a bombear sangue humano; a salvar vidas.
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Le coeur artificiel du professeur Alain Carpentier
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