Confirma-se que a estratégia do PSD só faz sentido na cabeça de Manuela Ferreira Leite e de dois ou três dos seus mais fiéis seguidores. Confirma-se que o discurso da catástrofe do PCP tem cada vez menos adeptos. Confirma-se que o CDS de Paulo Portas caminha alegremente para o abismo. E confirma-se que o Bloco de Esquerda conquistou a estabilidade eleitoral, um pau de dois bicos para os bloquistas.
O retrato, como se vê, não é famoso, em especial para o PSD.
A nova líder social-democrata pode sempre argumentar que as sondagens valem o que valem, que o estudo até aponta uma subida de dois pontos percentuais relativamente à última avaliação, que o povo é sábio e outros truísmos de igual relevância.
Nada elimina a verdade: numa altura em que as circunstâncias nacionais e internacionais fazem com que o Mundo praticamente desabe sobre a cabeça do primeiro-ministro (quase 70% dos inquiridos continuam a classificar o Governo como "mau" ou "muito mau"), o PSD não consegue chegar-se à frente. Isso sim é um verdadeiro mistério. Ou talvez não.
A sondagem ajuda a perceber o fenómeno. A popularidade de Manuela Ferreira Leite leva um trambolhão. São poucos os que acreditam que ela faria melhor do que José Sócrates. Na verdade, só dois em cada dez inquiridos acham que algum partido da Oposição poderia ser mais eficaz do que o actual Governo. E, destes, só 42% estariam dispostos a confiar essa missão aos social-democratas.
Ou seja: o PSD e Manuela Ferreira Leite têm um sério problema de credibilidade para resolver. Drama dos dramas: a credibilidade é justamente o que a líder social-democrata tenta alcançar com a sua famosa estratégia do silêncio.
A sondagem ajuda a perceber o fenómeno. A popularidade de Manuela Ferreira Leite leva um trambolhão. São poucos os que acreditam que ela faria melhor do que José Sócrates. Na verdade, só dois em cada dez inquiridos acham que algum partido da Oposição poderia ser mais eficaz do que o actual Governo. E, destes, só 42% estariam dispostos a confiar essa missão aos social-democratas.
Ou seja: o PSD e Manuela Ferreira Leite têm um sério problema de credibilidade para resolver. Drama dos dramas: a credibilidade é justamente o que a líder social-democrata tenta alcançar com a sua famosa estratégia do silêncio.
Pelo que se vê, os eleitores preferiam que a líder do PSD viesse a jogo e explicasse, por exemplo, como contornaria ela os problemas sérios e difíceis que a crise internacional coloca ao nosso país. O que os portugueses desejam saber é se dra. Manuela Ferreira Leite é mais ou menos competente do que o eng. José Sócrates para conduzir o país. Ora, a líder social-democrata dificulta a legítima preocupação quando decide ir falar sobre a crise internacional para a... Turquia.
Manuela Ferreira Leite e apaniguados estão, em bom rigor, apenas à espera que a crise desgaste o Governo e que, por essa via, o poder lhes caia nas mãos.
É uma estratégia.
Mas é uma estratégia que os portugueses parecem não entender muito bem.
Será, seguramente, culpa dos portugueses.
Paulo Ferreira
in JN
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