O "Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor" é comemorado, desde 1996 e por decisão da UNESCO, a 23 de Abril, dia de São Jorge.
Esta data foi escolhida para honrar a velha tradição catalã segundo a qual, neste dia, os cavaleiros oferecem às suas damas UMA ROSA VERMELHA DE SÃO JORGE (Saint Jordi) e recebem em troca, UM LIVRO.
Em simultâneo, é prestada homenagem à obra de grandes escritores, como Shakespeare e Cervantes, falecidos em 1616, exactamente a 23 de Abril.
Partilhar livros e flores, nesta primavera, é prolongar uma longa cadeia de alegria e cultura, de saber e paixão.
A literatura foi o género que mais vendeu
Em 2007 venderam-se em Portugal 13,5 milhões de livros, o que correspondeu a um volume de facturação de 152 milhões de euros. Os números foram divulgados pela GfK, uma empresa alemã de estudos de mercado, que apresentou na passada semana os resultados de um inquérito sobre a indústria de entretenimento portuguesa. Esse inquérito, revela ainda que o livro mais vendido nesse período foi O Segredo, da australiana Rhonda Byrne
Numa altura em que continuam a faltar dados oficiais sobre o mundo editorial, este estudo vem ajudar clarificar um sector que vive há anos sustentado pelos mais variados exercícios de especulação em matéria de números. Sem que se saiba ao certo quantos títulos são editado a cada ano em Portugal, este estudo da GfK aponta para um total de 28,5 mil livros editados. Deste volume, a não-ficção representa mais de metade das vendas, ficando a ficção nos 40 por cento.
Os dados são sempre referentes a 2007, ano em que o mercado da edição em Portugal sofreu várias alterações com uma vincada tendência para a concentração e o aparecimento de pequenas editoras, sejam generalistas ou com chancelas dirigidas a nichos de mercado.
E se a literatura é o género que mais vende, com 29 por cento do total do mercado, logo seguida pelos livros infanto-juvenis (20 por cento) e pelo turismo e lazer (12 por cento) essa liderança não se reflecte no volume de facturação nem no peço de capa. Aí, os livros de arte, direito ou economia, informática, política ou história batem a ficção.
Sem contabilizar o preço médio de cada livro, o estudo faz a divisão e chega a um número: cada português comprou em média 1,45 livros em 2007, e dedicou à leitura cerca de 20 por cento do tempo de lazer. A televisão ganha em todas as frentes: quer no tempo que consome, quer nos índices de preferência. Um exemplo: 35 por cento dos portugueses leram nos últimos 12 meses, uma percentagem que representa quase dois terços menos do que a dos portugueses que viram televisão.
As contas, recorde-se uma vez mais, são da GfK. Presente em mais de cem países, a multinacional alemã recolhe semanalmente informações sobre o mercado de livros em França, Alemanha, Áustria, Holanda, Suíça, Bélgica , Espanha e agora, Portugal. Deste painel de países, só em Portugal é que O Segredo (Asa), livro que revela a receita para o sucesso pessoal, foi o livro mais vendido, com cerca de 350 mil exemplares em circulação e 17 edições no mercado, até ao momento.
O segundo autor que mais vendeu foi o português José Rodrigues dos Santos e o seu mais recente romance O Sétimo Selo (Gradiva), seguido por outro português, Miguel Sousa Tavares e O Rio das Flores (Oficina do Livro). A britânica J. K. Rowling, com o sétimo e o último volume da saga Harry Potter (Presença), e Nicholas Sparks com Uma Escolha por Amor (da Presença) estiveram também entre os mais vendidos de 2007.
O estudo faz ainda uma diferenciação por temas e, aí, tudo que o se publica sobre António de Oliveira Salazar sai vitorioso, mais ou menos a par com publicações sobre crianças desaparecidas e livros de dietas. Cada um destes segmentos representou cerca de um milhão de euros de facturação no mercado livreiro. Mas todos estes temas surgem atrás do futebol, que representou 1,2 milhões de euros nas vendas de livros no ano passado. Quanto à área infanto-juvenil, as cinco principais séries em matéria de vendas foram o Ruca, o Noddy, o Harry Potter, a Anita e Uma Aventura. Em conjunto estas colecções representaram 15 por cento das vendas em unidades.
Falamos de bestsellers que, contudo, têm um peso bem menor no mercado do que se poderia pensar à partida. É o que refere este estudo. Segundo a GfK, o top 10 do mercado dos livros em Portugal representa menos de dois por cento das vendas em unidades, e mesmo o top 1000 não ultrapassa os cinco por cento do total do mercado.
Em termos geográficos, Lisboa concentra metade do valor das vendas de livros em Portugal. Muito atrás, com 19 por cento cada, seguem-se as regiões do Porto e o Litoral.
E quem compra livros prefere fazê-lo em livrarias, normalmente não para oferecer, mas para consumo próprio. Assim, 53 por cento dos compradores fazem-no em lojas da especialidade e em 91 por cento dos casos não é para oferecer. E nem o preço praticado parece contrariar a preferência pelas livrarias, onde um título é em média sete euros mais caro do que num hipermercado.
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